Ontem fui ao cinema.
Já fazia algum tempo que queria assistir Eternamente Alice ou Meu Nome é Alice (aqui em Portugal).
Peguei o "comboio" para Lisboa, depois o metro e cheguei ao El Corte Inglês, que para quem não sabe de inglês não tem nada: é uma cadeia de lojas da Espanha, tipo loja de departamento, onde se pode achar tudo e um pouco mais! São 14 salas de cinema e eu entrei na número 3.
Público basicamente feminino, de meia idade, assim como eu, assistindo uma sessão às 14:00 horas. Todas prontas para se emocionar e verter pelo menos algumas lágrimas. Resumo da história: mulher bem sucedida, casada, 50 anos, três filhos adultos que descobre estar com Alzheimer precoce! Não há como não se envolver com a trama.
Ao final do filme, que não vou contar aqui, saí com fome, com vontade de passear e fotografar tudo que visse pela frente!
Sim, me deixei contaminar pelo filme e queria registrar através da lente da minha Canon tudo, com medo de não ter mais tempo ou oportunidade pra esse hobby que gosto tanto!
O tempo, ah! o tempo... vai passando inexorável e nem nos damos conta! Às vezes, ao olhar no espelho com mais calma, ao sentir uma dorzinha aqui e outra ali, ao contemplar os filhos e os netos, ao beijar com ternura a mãe, nos apercebemos que a vida está correndo, galopando qual um cavalo levantando poeira e remexendo nas nossas emoções e sentimentos!
Apenas a certeza do dever cumprido e bem cumprido não é suficiente para estimular a energia vital e fazer ressoar o despertador interior! Viver é preciso sim!!!, que me perdoe Fernando Pessoa e navegar também é preciso!
Ainda com as emoções à flor da pele, cheguei ao
Parque Eduardo VII, onde jovens deitados no gramado intensamente verde, conversavam, riam, gargalhavam e se beijavam! Essa juventude tomou conta de mim e lá fui eu desfrutar de mais uma tarde ensolarada em Lisboa!!!
Caminhar pelo parque me trouxe o frescor necessário e fui descobrindo todas as belezas disponíveis aos olhos que queiram ver!
Encontrei vários Cafés e Restaurantes, mas não quis perder tempo com necessidades tão primitivas, quis aproveitar o sol, a tarde e o tempo... de novo o tempo...
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E eis que surge à minha frente um casal de cisnes negros nadando placidamente ao lado de gansos e patos no laguinho do restaurante. Pela segunda vez na vida pude olhar para aves tão elegantes e raras!
Do Parque Eduardo VII se avista lá embaixo o Rio Tejo e fui descendo e dando trela aos pensamentos. Desejei que pessoas queridas estivessem comigo para desfrutar toda essa beleza e encanto! Confesso que bateu saudade!
Avistei as costas da estátua do
Marquês de Pombal, responsável pela reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755. Sua ajuda foi inestimável pois a cidade foi praticamente destruída. A importância do Marquês de Pombal e o terremoto de Lisboa me foram contados por uma motorista de táxi e me fez pesquisar sobre o assunto. Muito aprendi sobre esse triste episódio que aconteceu em Portugal e causou tantas mortes. A cidade nova foi planejada com ruas largas e retas, como por exemplo a extensa
Av. da Liberdade.
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Vista panorâmica do alto do Parque Eduardo VII |
Se você tem pouco tempo para conhecer Lisboa, talvez valha à pena utilizar os serviços dos ônibus hip on hip off para uma visão geral da cidade. Nestes ônibus, com paradas em vários pontos de interesse, o turista pode embarcar e descer onde lhe aprouver quantas vezes forem do seu agrado; normalmente o ticket vale por um dia. A vantagem é que depois de uma visão geral da cidade se pode optar para conhecer mais detalhadamente o seu local preferido. Tarefa muito difícil porque em Lisboa tudo respira história, com fontes, igrejas, praças e monumentos belíssimos. Na praça Marquês de Pombal há cabine para venda de ticket e parada do ônibus.
Aproveite!!!
Descendo mais cheguei á
Av. da Liberdade, área super nobre da cidade, onde situam-se hotéis cinco estrelas, sede de bancos nacionais e internacionais, teatros e as lojas das grifes famosas!
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Av. da Liberdade, área nobre de Lisboa |
Lisboa é por natureza uma cidade alegre, leve e talvez a razão seja seu clima ameno, sem invernos rigorosos com temperaturas bem abaixo de zero! Sempre é hora para um café, uma cerveja, uma imperial, um bom vinho e encontro com pessoas amigas.
No fim da tarde o movimento é intenso com o vai vem das pessoas saindo do trabalho e querendo aproveitar o que resta do dia, já que com o horário de verão, em abril, o sol se põe por volta das 20:30.
Os prédios coloridos ou com azulejos em suas fachadas tornam a cidade mais encantadora e única!
O prédio da
Estação do Metro do Rocio é de uma riqueza de detalhes e de uma beleza paralisante. O fluxo de turistas admirando ou fotografando é tão grande que em determinados momentos é quase impossível conseguir uma foto caprichada e que mostre todo o esplendor da construção.
Hora de sentar um pouco, descansar e aliviar essa dor no tendão de Aquiles que realmente passou a ser meu ponto fraco, tal qual na antiga lenda grega! E então tive a ideia de fazer um lanche rápido na tradicional
Confeitaria Nacional, que pelos meus cálculos devia estar bem perto.
Nesta busca passei pela praça do
Teatro Nacional D. Maria e pensei alto: como tudo isso é bonito!!!
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Praça e chafariz com o Teatro Nacional D. Maria |
Com a fome saciada comecei o meu regresso até a Estação Cais do Sodré para pegar o trem pra Monte Estoril. Antes, porém, avistei o
Castelo de São Jorge e não resisti , troquei a lente da máquina e busquei o melhor ângulo, o melhor foco. E aí está o resultado:
Durante todo o trajeto do comboio vários pensamentos voltaram a ocupar minha mente e me entreguei a eles. Os devaneios vieram aplacar a saudade de tempos distantes e felizes abrindo espaço para recordações doces como a torta de nozes da Confeitaria Nacional!